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quinta-feira, 7 de julho de 2011

TRABALHANDO COM POEMA



 O CAMPONÊS
 O camponês dá carinho à sua terra, como carinho dá o filho à sua mãe.
 O camponês, tempos atrás cultivava seu sustento,  hoje o que faz sustenta o banco e mais alguém...
 O camponês bebia água da fonte.
 Hoje tem sede,  a fonte secou também.
O camponês ainda cultiva sua fé, olha pro céu pra ver se ajuda vem...
O camponês se une com outros roceiros. Se organizando, algum dinheiro até  que vem...
 Se a coisa aperta o camponês busca outras terras onde há promessa de uma vida que convém.
 Se não dá certo, o camponês vai pra cidade,
 Ser favelado, boia-fria, zé-ninguém.
 Lembra-se da terra, sua mãe, o camponês,  e reforma agrária ele quer fazer também.
Se não conquista a terra, o camponês morre de tédio, pois a cidade para ele dá desdém.
 Mas, quando morre, o camponês conquista terra, embora sejam poucos palmos que lhe convêm.
 Mas pouco tempo pra usá-la tem o camponês, já que logo  outros roceiros também vêm, disputam a terra pra  descansar também...

(Poema extraído do livro “Geografia em Poesias: tempos, espaços, pensamentos”...).

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